14.11.10

Publicada a Exortação Pós-Sinodal sobre a Palavra de Deus

Redescobrir a centralidade de Deus na vida pessoal e da Igreja e a urgência e a beleza de a anunciar para a salvação da humanidade como testemunhas convencidas e credíveis do Ressuscitado: esta em síntese a mensagem da Exortação Pós-Sinodal Verbum Domini, referente ao sínodo sobre a Palavra de Deus, realizado em Roma de 5 a 26 de outubro de 2008. A Exortação foi assinada pelo papa Bento XVI no dia 30 de setembro deste ano, dia de São Jerônimo.
O novo documento, com 208 páginas, consta de três partes, além de uma introdução e uma conclusão. A primeira parte fala sobre a Palavra de Deus (Verbum Dei); a segunda discorre sobre a Palavra na Igreja (Verbum in Ecclesia) e a última trata da Palavra no mundo (Verbum mundo).
“Num mundo que, muitas vezes, sente Deus como supérfluo ou estranho, não há maior prioridade do que esta: reabrir ao homem de hoje o acesso a Deus, ao Deus que fala e comunica o seu amor”, escreve.
O Papa defende que a relação com a Bíblia deve levar a um compromisso efectivo para “tornar o mundo mais justo”, denunciando “sem ambiguidades as injustiças” e promovendo “a solidariedade e a igualdade”.
“O compromisso pela justiça e a transformação do mundo é constitutivo da evangelização”, refere o documento.
A Palavra de Deus, acrescenta Bento XVI, é também “fonte de reconciliação e de paz”, pelo que as religiões “não podem nunca justificar a intolerância ou as guerras”.
“Não se pode usar a violência em nome de Deus”, sustenta.
A exortação – documento eminentemente catequético – sublinha que a Sagrada Escritura contém resposta às inquietações da sociedade actual.
O Papa lamenta que, sobretudo no Ocidente, se divulgue a ideia de que “Deus seja alheio à vida e aos problemas dos homens e que a sua presença pode ser uma ameaça à autonomia” do ser humano.
Para Bento XVI, “só Deus responde à sede que há no coração de cada homem”, pelo que é fundamental para a Igreja “apresentar a Palavra de Deus na sua capacidade de dialogar com os problemas que o homem tem de enfrentar na vida quotidiana”.
O Papa lembra que a Igreja “reconhece como parte essencial do anúncio da Palavra o encontro, o diálogo e a colaboração com todos os homens de boa vontade, particularmente com as pessoas pertencentes às diversas tradições religiosas da humanidade”.
Esse diálogo, no entanto, “não seria fecundo, se não incluísse também um verdadeiro respeito por todas as pessoas, para que possam aderir livremente à sua própria religião”.
O documento lança ainda um apelo em favor de um “renovado encontro entre Bíblia e culturas”.
“Quero reafirmar a todos os agentes culturais que nada têm a temer da sua abertura à Palavra de Deus, que nunca destrói a verdadeira cultura, mas constitui um estímulo constante para a busca de expressões humanas cada vez mais apropriadas e significativas”, diz o Papa.
Bento XVI refere, neste contexto, a necessidade de “recuperar plenamente o sentido da Bíblia como grande código para as culturas”, promovendo o seu conhecimento nas escolas e universidades e superando “antigos e novos preconceitos”.
A inculturação, alerta, “não deve ser confundida com processos de adaptação superficial, nem mesmo com a amálgama sincretista que dilui a originalidade do Evangelho para o tornar mais facilmente aceitável”.
Os meios de comunicação social também merecem uma palavra de relevo, com o Papa a “agradecer aos católicos que lutam com competência por uma presença significativa no mundo dos mass media, solicitando um empenhamento ainda mais amplo e qualificado”.
A exortação fala no “papel crescente” da Internet, que constitui “um novo fórum onde fazer ressoar o Evangelho, na certeza, porém, de que o mundo virtual nunca poderá substituir o mundo real”.

Confira o documento na integra atraves do link http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/apost_exhortations/documents/hf_ben-xvi_exh_20100930_verbum-domini_po.pdf

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