Nosso querido papa Bento XVI (ou simplesmente “B16” como é chamado no mundo digital) afirmou que a evangelização através da internet permite que Cristo chegue às portas das casas e novamente diga as palavras: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele” (Ap3,20). Imagine conseguir lançar as sementes do Evangelho nos corações mais duros, nos países mais distantes, nos que se encontram em situações de desespero, dor e ausência de sentido? Tudo isso é possível através do uso da tecnologia moderna que, segundo o pontífice, é um dom. Sim! É um dom precioso que pode gerar comunhão, solidariedade, amizade e diálogo.
O mundo virtual instaurou uma nova cultura, um território vasto em que se “pisa” literalmente com as mãos. Se os pés do mensageiro que anuncia a paz são belos, como nos diz o profeta Isaías (Isa 52,7), em plena era digital também são belas as mãos do mensageiro que digita a paz. Somos então convidados a ser missionários da paz neste novo espaço onde milhões e milhões de pessoas do mundo inteiro se encontram, trocam ideias, estudam, matam a saudade, procuram por respostas e expressam suas opiniões.
Nesta aventura cibernética, B16 também nos indica o caminho que é o mesmo dos apóstolos e discípulos de Jesus. Estes, com o desejo de levar as verdades essenciais do Evangelho à cultura greco-romana, precisaram estudar, compreender os costumes e a cultura daquele povo pagão a fim de que a mensagem salvífica fosse transmitida com eficácia e os levassem à verdadeira conversão. O mundo digital esconde também toda uma cultura nova que igualmente precisa ser compreendida, aprofundada e explorada a fim de que a potência da Palavra penetre os lugares mais difíceis e transforme a vida das pessoas. É Cristo que bate à porta e chama! Imagine hoje Jesus batendo à porta de seus amigos, parentes, colegas de trabalho e amigos dos amigos através das diversas redes sociais como Facebook, Twitter, MySpace, Orkut, MSN e tantos outros?
Assim como na evangelização face-a-face, é preciso também criatividade, abertura às inspirações do Espírito, oração e sabedoria ao utilizar estes novos recursos. É possível se organizar verdadeiras jornadas de evangelização ou semanas missionárias online, reunindo o maior número de missionários cibernéticos para que, de forma organizada, se possa atingir um público específico pela internet. Porém, como em qualquer outro lugar há também alguns riscos. Deve-se ter atenção quando se começar a perder o foco, a fugir da realidade ou permitir que as relações sociais e familiares reais sejam prejudicadas pelas ligações virtuais. Outro risco ainda mais grave é quando este passeio digital começa a ocupar o justo tempo do descanso, do trabalho, dos estudos, da vida fraterna e, principalmente de Deus. Diante disso mais uma vez as Escrituras nos exortam: “Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo do céu” (Ecle 3,1).
Se fizermos do território digital um verdadeiro campo missionário e começarmos a conquistar kilobyte por kilobyte as redes de informação, email's, mensagens instantâneas, blogs e redes sociais, espalhando assim os valores e verdades do Evangelho, tornaremos Cristo cada vez mais conhecido, mais amado e presente na vida das pessoas. Estaremos inculturando a Boa Nova no mundo das novas tecnologias e comunicando o Eterno através do virtual.
Quem sabe um dia, no Céu, encontraremos alguém que nos diga: “lembra daquele chat em que você me falou de Jesus? Pois é, eu O acolhi...”
Por: Comunidade de Aliança Shalom
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